Mortes por calor extremo vão aumentar quase 5 vezes até 2050, afirma estudo | Tomaz Silva/Agência Brasil
Uma equipe internacional de especialistas alertou nesta quarta-feira quequase cinco vezes mais pessoas provavelmente morrerão devido ao calor extremo nas próximas décadas. Eles enfatizaram que, sem ação efetiva sobre as mudanças climáticas, a saúde global corre um sério risco. O calor letal representa apenas uma das diversas ameaças à saúde humana resultantes do contínuo aumento no uso de combustíveis fósseis em todo o mundo, conforme destacado no relatório anual do The Lancet Countdown, uma publicação de renome realizada por pesquisadores e instituições líderes.
Secas mais frequentes colocarão milhões de pessoas em risco iminente de fome, enquanto mosquitos que se expandem para áreas mais distantes propagarão doenças infecciosas. Os sistemas de saúde enfrentarão dificuldades significativas para lidar com esse fardo, alertaram os pesquisadores. Essa alarmante avaliação surge em um contexto em que este ano está sendo previsto como o mais quente da história da humanidade. Na semana passada, o monitor climático europeu declarou que o mês passado foi o outubro mais quente registrado.
A avaliação alarmante surge pouco antes das negociações climáticas da COP28 em Dubai, previstas para o final deste mês. Pela primeira vez, essas conversações incluirão um “dia da saúde” em 3 de dezembro, quando especialistas buscarão esclarecer o impacto do aquecimento global na saúde humana.
Apesar dos apelos crescentes por ação global, o relatório do Lancet Countdown destaca que as emissões de carbono relacionadas à energia atingiram níveis recordes no ano passado. O documento ressalta também os consideráveis subsídios governamentais e investimentos de bancos privados em combustíveis fósseis, contribuindo para o aquecimento do planeta.
Num contexto em que o mundo se aqueça dois graus Celsius até o final do século (atualmente em vias de atingir 2,7ºC), as mortes anuais relacionadas ao calor são projetadas para aumentar em 370% até 2050, representando um aumento de 4,7 vezes. As projeções também indicam que aproximadamente 520 milhões de pessoas adicionais enfrentarão insegurança alimentar moderada ou grave até meados do século.
(Com informações do O Globo)